Setor da saúde compõe as principais profissões do futuro

terça-feira, 10 de abril de 2012

O futuro do mercado de saúde brasileiro se desenvolve agora, diante de nossos olhos. As novas tecnologias estão cada vez mais incorporadas na realidade da indústria e hospitais, e os profissionais  têm mais  interesse em atender às demandas de um mercado promissor, que cresce junto com o avanço da expectativa de vida e da exigência por qualidade na rotina de quem envelhece. Quem pretende fazer parte do amanhã precisa começar a se preparar hoje mesmo.

Em ranking do Bureau of Labor Statistics, um dos principais laboratórios de pesquisas trabalhistas do governo norte-americano, a maioria das profissões do futuro são relacionadas à saúde e tecnologia, tais como o engenheiro biomédico, o cientista médico, os bioquímicos e biofísicos. Aliar tecnologia e saúde, porém, não é somente construir máquinas ou mesmo clonar seres humanos, mas trazer mais qualidade de vida em todas as idades, do recém-nascido ao idoso. A lista com as 10 profissões mais promissoras até 2018 também cita assistentes de saúde, assistentes médicos, treinadores de atletas e especialistas em cuidados da pele, o que evidencia que viver bem é uma necessidade atual. Ao se ampliar para as 20 carreiras com mais chances de crescimento, aparecem também dentistas e terapeutas entre as principais.  
Apesar de o levantamento utilizar o mercado de trabalho norte-americano como modelo, a gerente de Recursos Humanos da consultoria Captativa, especializada em recrutar profissionais da área, Valéria Esboriol, acredita que as profissões do futuro dos Estados Unidos também são realidade no Brasil. Para Valéria, a tecnologia é aliada da saúde humana, mas exige especialização de quem está no mercado.  “A evolução do segmento faz com que outras profissões comecem a surgir, como a engenharia biomédica e o cientista médico, ou pesquisador clínico, nomenclatura que se encaixa melhor no Brasil. São profissionais que conhecem a Medicina e sabem como lidar com a vida, mas também são especialistas em desenvolver e monitorar programas de computadores, softwares, entre outras inovações”.
Valéria afirma que esses novos profissionais têm características específicas: eles buscam atualização constante, têm a mente aberta de pesquisador e a curiosidade para saber como as coisas funcionam.  Outras qualidades apontadas pela gerente são a capacidade de inovação, a visão de mercado e de futuro do negócio, além da capacidade de se relacionar.  “São áreas que exigem do profissional trabalho em equipe para desenvolver novos equipamentos e pesquisas clínicas que podem melhorar nosso dia-a-dia, curar doenças e salvar vidas”.
A executiva destaca, porém, que algumas empresas ainda oferecem remunerações abaixo da expectativa, principalmente no caso da engenharia biomédica.  Um profissional em início de carreira deve receber entre R$ 3 e R$ 4 mil mensais, mas os salários podem alcançar até R$ 25 mil por mês em cargos de gerência ou diretoria.
No caso do pesquisador clínico, o mercado brasileiro ainda não é tão atrativo do ponto de vista salarial. Para ingressar na área, é preciso ser formado em Medicina, mas muitas vezes o médico ganha mais atendendo pacientes. Na carreira de pesquisa, a remuneração é de cerca de R$ 9 mil, já que a maioria dos profissionais entra diretamente em cargos de gerência. “Com acúmulo de funções, o médico obtém salários muito maiores, mas se trata de escolha e perfil do profissional ingressar na pesquisa”, aponta Valéria. 
Não é só nas universidades que o pesquisador se destaca: a indústria farmacêutica investe alto no desenvolvimento de novas fórmulas, trabalho que pode levar anos e envolver muitos profissionais, tanto brasileiros quanto estrangeiros.
A gerente ainda destaca profissões que ficaram de fora da lista norte-americana, mas que são consideradas igualmente importantes para o futuro que já começou: a farmacoeconomia e a farmacovigilância. A primeira se especializa nos custos envolvidos na produção de medicamentos, desde a pesquisa até o consumo. Já a segunda auxilia na fiscalização e controle dos remédios pelas agências reguladoras como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no caso do Brasil. “São dois novos ramos para os profissionais formados em Farmácia, que oferecem salários que podem chegar a R$ 8 mil. Há cursos de curta duração que proporcionam especialização, mas a graduação fornece os conhecimentos iniciais necessários”.
Médicos e máquinas
Tomógrafos, ressonâncias, robôs,  a interação entre pessoas e máquinas e tecnologias necessárias para o diagnóstico estão cada vez mais comum. Diante da necessidade constante de equipamentos em hospitais, surge a profissão do engenheiro biomédico. Segundo o professor responsável pelo Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp (Universidade de Campinas), Sérgio Santos Mühlen, trata-se de área interdisciplinar que resolve problemas médicos por meio das ferramentas de engenharia. “Médicos e enfermeiros são treinados para cuidar de pacientes, não de máquinas. Por isso, é importante que existam profissionais com o conhecimento tecnológico”.
Toda essa tecnologia, claro, tem um custo – e alto. Por isso, um dos papéis do engenheiro biomédico é garantir que ela se torne mais acessível para a população em geral. “Não podemos inovar demais e esquecer o básico. De que adianta ter um aparelho revolucionário se ele é caro demais e atende pouca gente?”
Para Mühlen, o mercado brasileiro é crescente, pois o desenvolvimento do País exige cuidados com a saúde da população. “Os hospitais perceberam a necessidade de ter uma equipe de suporte tecnológico, caso contrário, vão comprar equipamentos errados e perder dinheiro”.
Para o futuro, o engenheiro biomédico afirma que a especialização será cada vez mais necessária. “Hoje o mercado absorve os recém-formados com rapidez, porque há falta de profissional qualificado”. Mühlen acredita que, se atualmente todos estão empregados, amanhã a qualificação será um critério de escolha. Por isso, é importante se atualizar constantemente sobre as novas tecnologias e procedimentos médicos. E não esquecer de entender muito bem sobre legislação, normas técnicas e sistemas de saúde em geral. Afinal, a profissão lida diretamente com a vida e, assim como a medicina, exige responsabilidade por cada ato. 
Cuidando de gente
Ao mesmo tempo em que a inovação e a tecnologia são as chaves para o futuro, a necessidade de companhia para realizar tarefas cotidianas também é lembrada pela pesquisa do Bureau of Labor Statistics. O assistente de saúde e o assistente de saúde pessoal, em terceiro e quarto lugar na lista, fazem parte das carreiras em destaque no mercado futuro.
No levantamento, o que difere uma carreira da outra é que o assistente de saúde pessoal não pode administrar medicamentos ou operar equipamentos médicos. Fora isso, ambos tem a função de cuidar dos pacientes em suas casas ou lares especializados e de repouso, preparando refeições, fazendo tarefas domésticas e dando banho nos pacientes, bem como outras atividades que exijam acompanhamento.
Marco Imperador é diretor da Home Angels, empresa especializada na indicação de franqueados para atender essas necessidades em todo o País. Imperador afirma que o futuro já chegou para os cuidadores brasileiros. “A busca pelo envelhecimento saudável cria mercados promissores para especialistas da área de saúde agora e no futuro”.
O executivo explica que o papel do cuidador é preservar a rotina familiar. Ele assume o lugar antes ocupado por esposas, mães e outros parentes, principalmente mulheres. Com o desenvolvimento do mercado de trabalho feminino, que tirou a mulher do papel exclusivo de cuidar da família, é preciso ter um profissional com conhecimentos adequados, mas também carinho e respeito, para auxiliar pessoas enfermas ou idosas.
Para se ter uma ideia do tamanho desse mercado, a cada 10 pessoas que ligam para a Home Angels diariamente para pedir indicações de franquias de cuidadores, a empresa consegue atender apenas duas. “Para as outras oito não há profissionais capacitados que estejam próximos da residência do cliente”.
O mercado oferece oportunidades, mas não é qualquer um que pode ser cuidador. Os conhecimentos técnicos não são suficientes para esse profissional: é preciso ter aptidão, pois a carreira exige a criação de vínculos com o paciente.
A média salarial é de cerca de R$ 1.800, mas pode chegar a R$ 6 mil em casos de supervisão de equipes. Para se especializar, há cursos técnicos disponíveis, com duração de dois anos. “Na Home Angels, por exemplo, complementamos esses cursos com nosso próprio treinamento”.
O mercado de saúde brasileiro está cheio de oportunidades em todos os campos, dos assistenciais aos tecnológicos, em sintonia com os mercados mundiais. Para pegar carona no futuro, porém, é preciso dedicação e estudo para formar profissionais prontos para encarar o desafio do amanhã.

Fonte: www.saudeweb.com.br

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